quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Primeiras investigações com a Íris / História





Os olhos desde a antiguidade foram objeto de atração e fascínio. Achados arqueológicos comprovam que vários povos deixaram inscrições em pedras sobre a íris e a sua relação com o corpo. Hipócrates, filósofo grego, também se interessou pela íris como uma forma de diagnose.

Os primeiros trabalhos mencionando os sinais na íris surgiram em 1670, na obra Chiromatic Medica escrita por Phillipus Meyens (Dresden – Alemanha) e em 1695 nos trabalhos científicos escritos por Joahann Eltholtz (Nuremberg – Alemanha).

Apesar de há muito tempo especulada foi no século XIX que a iridologia conquistou o seu lugar específico ao ser criada pelo médico húngaro Ignaz Von Peczely. 

Aos 10 anos de idade, Von Peczely, que morava nos arredores de Budapeste, capturou uma coruja em seu jardim e acidentalmente quebrou-lhe uma das pernas. Ao tratá-la, percebeu o aparecimento de uma mancha na íris do animal, a qual foi mudando de cor e forma à medida que o tratamento ia prosseguindo. 

O fato permaneceu gravado em sua memória como um acontecimento marcante. Em 1861, a curiosidade deu lugar a um interesse mais intenso, ao acompanhar a doença da mãe e perceber o surgimento de pontos na íris da enferma à medida que seu estado se agravava. Após a morte da mãe, Von Peczely decidiu estudar medicina, o que fez inicialmente em Budapeste em 1862 e em seguida em Viena em 1864, onde se formou médico e cirurgião.

Durante o curso de medicina, Von Peczely acostumou-se a observar e relatar as alterações na íris dos pacientes que acompanhava, procedimento que manteve mesmo depois de ter se formado. Por fim, em 1867, publicou suas descobertas no livro Descoberta no Domínio da Natureza e na Arte de Curar. 

O trabalho causou muita polêmica nos meios científicos recebendo tanto críticas quanto elogios. 

Fato curioso é que, quase na mesma época, o homeopata sueco Nils Liljequist publicava outra obra, Diagnóstico a Partir do Olho, com conclusões semelhantes às de Von Peczely. Sem que os autores se conhecessem nem tivessem qualquer contato entre si, as duas publicações foram fruto da coincidência, como surgimento de uma ideia original em dois lugares diferentes ao mesmo tempo.  

Apesar de as duas obras tratarem do mesmo assunto, o trabalho de Liljequist permaneceu ignorado durante alguns anos, até que iridólogos americanos o descobriram e traduziram para o inglês. A essa altura, porém, Von Peczely já recebera os louros da descoberta. Polêmica à parte, um grupo de médicos interessou-se pelo livro de Von Peczely. Dando continuidade a sua descoberta, empenharam-se no mapeamento da íris. Trocando informações entre si, esses médicos foram publicando vários livros o mais importante até então, Iridologia, o Diagnóstico Através do Olho, foi escrito por Henry Edward Lane, médico australiano radicado nos Estados Unidos. 

A iridologia moderna foi lançada pelo Dr. Bernard Jensen, que desenvolveu um mapa da íris representando a localização dos órgãos e tecidos. Em sua descrição, a íris é dividida em sete zonas: a íris direita representa o lado direito do corpo; a do olho esquerdo, o lado esquerdo. Existem noventa áreas específicas conhecidas em cada íris e cada uma é diferente da outra.

Apesar de contar com fervorosos defensores, a iridologia foi muito combatida. Como resultado, acabou abandonada quase por completo em benefício de novos métodos complementares de diagnóstico, sendo praticada quase exclusivamente por médicos adeptos da homeopatia e outras medicinas alternativas.


 

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Fonte histórica: http://migre.me/lpeTN



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