sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Espiritualidade e Análise da Íris - Iridologia




“Os olhos são a lamparina do corpo. Se teus olhos forem bons, todo o teu corpo será cheio de luz”  Mt 6,22.

* * *
Os antigos gregos, bem antes de nossa era, já mencionavam a relação do corpo com a íris dos olhos. Para ser mais preciso podemos mencionar Hipócrates, 460 a.c, que é conhecido por muitos como uma das figuras mais importantes da história da saúde, frequentemente considerado como o ‘pai da medicina’. 

O impressionante disso é que Jesus não ficou alheio a essa informação de conhecimento dos males físicos e psíquicos pela observação dos olhos, nem tampouco deixou de mencionar sobre o assunto no contato com os seus discípulos.

Discorrendo sobre a referência bíblica acima, Jesus se dispõe a dar, aos seus discípulos, vários conselhos e ensinamentos, dentre estes faz menção sobre a candeia (lamparina) do corpo. São ensinamentos referentes à vida espiritual, sobre o modo de proceder no convívio com os outros, comportamentos, bem como sobre a atenção e o cuidado fisiológico de cada pessoa, ou seja, houve um interesse por parte de Jesus para com o homem em sua forma integral e que de certa forma se resume neste assunto específico. 

É importante ressaltar que Jesus dá sequência ao sermão da montanha. Portanto, ele se encontra sobre o monte. O evangelista Mateus se utilizará dos capítulos V, VI e VII, de seu evangelho, para enumerar o teor das sentenças e ensinamentos daquele jovem nazareno. Para a cultura judaico/cristã, estar sobre o monte é estar na posição de quem legisla, daquele que está capaz de transmitir Sabedoria. Aqui Jesus se apresenta e é reconhecido como Mestre, à semelhança de Moisés que recebera de Deus o encargo de transmitir a sua Lei no Horeb, aquele que orienta o seu povo em vista do Reino dos céus, inaugurado com a sua vinda em meio aos homens.

Para entendermos melhor em que contexto se encontra este enunciado bíblico podemos ler, a seguir, a listagem de seus ensinamentos e conselhos, a começar pelo sermão das beatitudes:

- As Bem-aventuranças (Mt 5, 1-12);

- O sal da terra e a luz do mundo (Mt 5, 13-16);

- O cumprimento da Lei (Mt 5, 17-19);

- A justiça nova, superior à antiga (Mt 5, 20-24);

- Reconciliação com o adversário (Mt 5, 25-28);

- Evitar a ocasião de pecado (Mt 5, 29-30);

- O divórcio e o juramento (Mt 5, 31-37);

- A Lei do amor contrária à lei do Talião (Mt 5, 38-42);

- O verdadeiro amor (Mt 5, 43-48);

- A esmola dada em segredo (Mt 6, 1-4);

- A oração feita no recolhimento (Mt 6, 5-6);

- O Pai nosso (Mt 6, 7-15);

- O jejum realizado em segredo (Mt 6, 16-18);

- O verdadeiro tesouro (Mt 6, 19-21);

- O olho como a candeia do corpo (Mt 6, 22-23);

- Deus e o dinheiro (Mt 6, 24);

- Se abandonar à providência (Mt 6, 25-33);

- Não julgar ninguém (Mt 7, 1-5);

- Não profanar as coisas santas (Mt 7, 6);

- A eficácia da oração (Mt 7, 7-11);

- A Regra de ouro (Mt 7, 12);

- Os dois caminhos (Mt 7, 13-14);

- Os falsos profetas (Mt 7, 15-20),

- Os verdadeiros discípulos (Mt 7, 21-27). 

Houve, por certo, um atrativo peculiar por parte das palavras proferidas por aquele homem simples da Galileia, que fez com que aquela multidão não se importasse com o calor do dia e se debruçasse à escutá-lo. O atrativo se deu pelo fato de que suas palavras eram contextualizadas, confrontadas com os reais anseios daquele povo, portanto, eram-lhes úteis, eficazes, propícias, tudo o que necessitavam para continuar tocando suas vidas na esperança de um novo tempo.

Vimos, acima, uma lista de ensinamentos que concernem no direcionamento de uma vida prática para aqueles que almejam abraçar a novidade trazida por Jesus. Dentre estes ressaltamos ‘O olho como a candeia do corpo’:

“Se teus olhos forem ‘bons’...” Mt 6, 22.

Ora, no texto original grego podemos perceber uma certa distância ao compararmos com o texto português e outras traduções. Na língua original, em que foi escrito quase todo o Novo Testamento, podemos mergulhar de maneira mais fiel e precisa ao se tratar do verdadeiro sentido ou real intenção da palavra de quem a pronunciou. Assim lemos no texto original grego:

“Se teus olhos forem ‘sem tramas’...” Mt 6, 22.

É impressionante como a fonte grega vai perfeitamente de encontro, se identifica bem com toda a ideia formulada na compreensão de análise da íris. É, de fato, a partir das fibras irregulares, defeituosas, trançadas – atreladas a outras observações como cor, textura, manchas, brilho, etc. – e que a depender do surgimento em sua respectiva região na íris revelam os problemas fisiológicos no corpo humano bem como seu estado psico/comportamental. Referente a esta observação última, do estado emocional, e que se atrela diretamente ao psíquico, é conhecido por muitos – em diversas culturas – o ditado que diz: “Os olhos são o espelho da alma”. É através dos olhos onde se reflete toda a nossa vida, tais como: os traumas inconscientes da infância – mesmo estando ainda no útero materno – revelam-nos as perdas, e, depois de nosso ingresso no mundo, as perversidades, as obscuridades e tantos outros segredos, positivos como negativos, capazes de explicar verdadeiramente as influências que sofremos ao longo de nossa caminhada e que sem dúvida alguma desembocam no comportamento presente de cada indivíduo. 

Podemos dizer que, acolher o método de análise da íris é avançar de forma bem mais célere e segura para o ‘conhecimento de si mesmo’, apesar de toda a complexidade que abarca a realidade de cada individuo em sua inconsciente particularidade.

Na verdade, o termo “Se teus olhos forem bons, todo o teu corpo será cheio de luz” deveria ser ordenado de forma contrária para que aí houvesse uma lógica de sentido. Mas o fato de ter sido escrita da maneira como encontramos nas Sagradas Escrituras não altera a intenção e o sentido a que esta se propõe, cientificamente falando. Fazendo uma análise lógica do texto podemos perceber que o princípio de luminosidade a que se aplica ao corpo na verdade é referente, de forma toda particular e direta, aos olhos. São os olhos, em primeira mão, de fato, que nos revelam pela luminosidade ou escuridão o grau ou estado em que se encontra a saúde do corpo, já que não temos outro meio, a primeira vista, de averiguar, verificar no mesmo, a não ser pelo reflexo transmitido por meio do sistema nervoso central à íris. A partir dessa observação linguística podemos concluir que o texto ficaria logicamente formulado assim: “Se teus olhos forem cheio de luz, todo o teu corpo estará bem”.

Em se tratando ainda do ‘conhecimento de si mesmo’, esse foi o caminho descoberto e traçado pelos padres do deserto – em sua trajetória espiritual de comunhão perfeita com Deus – por meio da solidão, livremente abraçada. Para estes, não há progresso espiritual sem esse ‘confronto pessoal no conhecimento de si mesmo’, uma vez que Deus se revela e deixa-se revelar a partir de nossa história de vida concreta e consciente.

Só há ‘conhecimento’ quando de fato se reconhece e aceita que tal realidade ‘desvendada’ é a sua – o que não é tarefa tão fácil à primeira vista – pois, acolher a verdade sobre si, em sua pureza, depende e exigi-se o grande e ditoso ato que é o de se tornar humilde de coração.   Ora, descer pelos ‘porões obscuros’ de nossa verdade pode ser estarrecedor e nos levar à destruição se não for por meio da via feita pela fé; é justamente por meio desta, a fé, que se desdobra o fato extraordinário da experiência verdadeira de Deus que, nos amando acima de tudo como somos, nos perdoa e justifica, restaurando assim toda nossa vida a partir de então.  




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