Doenças
Mentais e Emocionais (§210 a §230)*
As doenças têm, quase
todas, a sua origem na psora. As doenças parciais, onde há desaparecimento de
todos os sintomas mórbidos e que parecem mais difíceis de curar, as chamadas
doenças mentais, têm a sua origem na psora. Estas doenças não são diferentes de
outras doenças. O estado mental e emocional do paciente são aspectos
fundamentais do diagnóstico, para podermos tratar homeopaticamente com sucesso,
e podem variar durante o tratamento de qualquer doença. Não há doenças mentais.
São estes sintomas que nos levam à escolha do medicamento. Todas as substâncias
medicinais têm a capacidade de alterar o estado emocional e mental do homem
saudável, e todo o medicamento o faz de modo diferente. Para curar
homeopaticamente temos de observar em simultâneo as alterações físicas, mentais
e emocionais do paciente. Só assim podemos escolher o medicamento mais
semelhante. As doenças mentais e emocionais curam-se da mesma maneira que
qualquer outra doença. Não são mais do que doenças corporais, cujos sintomas
são mais marcados mentalmente, aumentados, enquanto os sintomas corporais
diminuem. (§210 a 215)
As doenças corporais
agudas podem, pelo rápido aumento de transformações físicas, ser a causa do
aparecimento de insanidade mental, de manias, em que os sintomas físicos
diminuem e deste modo são transformadas em doenças parciais. As afecções dos
órgãos corporais são transferidas para o espírito, mental e emocional. Uma
doença mental é sempre o resultado de uma doença física. As doenças mentais têm
a ver com o equilíbrio entre o pensamento e a vontade mental/emocional (§216 a
217).
Sublata Causa Tollitur Effectus
Deve ser buscada e entendida
a história detalhada do doente e do progresso da doença corporal, antes de
degenerar num aumento de sintomas psíquicos e tornar-se numa doença mental. Periodicamente
há um alívio dos sintomas da doença, o que não quer dizer que esteja curada. As
doenças mentais estão associadas à psora. Quando a doença física dura há já
muito tempo há que ter especial atenção à desordem mental na escolha do
medicamento. Na doença mental aguda, deve ser ministrado um medicamento agudo,
em doses mínimas e altas potências. Depois do medicamento agudo o tratamento
deverá ser seguido com o homeopsórico apropriado para um tratamento prolongado
do miasma crônico da psora, que se tornou latente, e pronto a aparecer se o
paciente não fizer as modificações de alimentação e estilo de vida aconselhados
pelo médico. A doença poderá reaparecer com um novo ataque mais duradouro, mais
sério que o 1º e por razões mais ligeiras das que causaram o da 1ª vez,
tornando-se mais difícil de curar. Nos desvios mentais com causas externas, um
apoio psicológico de orientação do paciente pode ser benéfico, mas se a doença
é mesmo mental ou moral e depende de doença corporal, agravar-se-á. A doença
mental pode também ser causada por prolongados distúrbios emocionais (stress,
ansiedade, preocupação contínua...). Estes tipos de doenças emocionais, com o tempo
destroem a saúde do corpo (§218 a 225).
Só as doenças
emocionais causadas por prolongados distúrbios emocionais (stress, ansiedade,
preocupação contínua,..) e enquanto forem recentes e não haja uma grande
invasão em todo o corpo, podem com um bom aconselhamento psicológico, dieta e
regime de vida apropriados, transformarem-se num estado mental saudável e por
consequência num bom estado de saúde física. No entanto devemos ter sempre um
homeopsórico por trás para que não volte a cair em idêntico estado de doença
mental. Os pacientes doentes, mental e emocionalmente, devem ser tratados com
calma e firmeza, sem censura e sem repreensão pelos seus actos, sem violência.
O médico encontrará o tratamento mais benéfico, quando o doente tem confiança e
acredita nele. O homeopático mais apropriado, pode produzir rápidos resultados
em casos de doença mental e emocional, que nunca serão conseguidos com o
tratamento por medicamentos alopáticos (§226 a 230).
Doenças
Intermitentes (§231 a §243)
É importante olhar para
a doença que vai e vem (intermitente), assim como para aquela que aparece
apenas em certos períodos, e a que alterna (alternante) com outra, certos
estados mórbidos alternam com estados mórbidos diferentes em intervalos regulares
– doença bipolar (§231).
As doenças alternantes,
ou doença bipolar, são doenças crônicas produzidas pelo desenvolvimento do
miasma psora, algumas vezes complicado com a luésis. Devem ser tratadas
miasmaticamente com medicamentos homeopsóricos ou alternando com homeoluéticos
(§232).
Doenças intermitentes
febris e não febris, são as que reaparecem e desaparecem em períodos fixos (em
certas épocas), enquanto o paciente está aparentemente de boa saúde. Os estados
mórbidos aparentemente sem febre são sempre crônicos e puramente psóricos,
poucas vezes complicados pela luésis. As febres intermitentes, que prevalecem
esporádica e epidemicamente são as que aparecem em zonas pantanosas.
Cada
paroxismo é por vezes composto por dois ou três estados alternados e opostos
(calor, frio, transpiração) que devem ser tratados homeopaticamente com um
remédio capaz de produzir no organismo saudável os 2 ou 3 estádios de
alternância, que deverá ser ministrado imediatamente, depois de terminar o
paroxismo, quando o doente começa a recuperar, é a altura ideal para efetuar no
organismo todas as mudanças necessárias para restaurar a saúde, a força vital
está na melhor condição possível, está disponível para permitir ser alterada
pelo remédio e restaurar a saúde. Se o intervalo entre os paroxismos for muito
pequeno, ou se há perturbação por algum sofrimento subsequente, a dose do
homeopático deve ser dada quando a transpiração começar a diminuir ou qualquer
dos outros fenômenos comece a diminuir (§233 a 237).
Frequentemente, uma
única dose do homeopático apropriado pode destruir vários ataques e
restabelecer a saúde, mas muitas vezes não cura e será necessário repetir o
remédio depois de cada ataque. Quando a febre volta a aparecer depois de o
doente ter estado bem durante alguns dias, a cura só se dá quando se afastarem
as causas mórbidas durante a convalescença. Se a febre resiste ao homeopático
específico para aquela epidemia, mesmo depois do afastamento da causa mórbida,
o miasma psora está por trás e deve ser tratado com um homeopsórico até ao
alívio completo. Se numa epidemia de febre intermitente não se curaram os 1ºs
paroxismos ou se os doentes foram submetidos a tratamento alopático, então a
psora latente desenvolve-se, reaparece e a febre intermitente volta. O
medicamento que foi útil no início, já não é o apropriado, neste caso precisa
ser tratada com sulphur ou hepar sulphur (com um psórico) numa alta potência.
As febres intermitentes endêmicas só são curadas com um homeopsórico (§238 a 24).
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* Faz-se
necessário consultar o ‘Organon ou a Arte de Curar’ de Hahnemann, quanto às
prescrições numéricas sugeridas por parágrafo (§), descritas aqui nesta
postagem.
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